O veículo oficial furtado é um modelo Agrale Marruá, do 3° Batalhão de Artilharia Antiaérea – Crédito: Reprodução/Midiamax
Pelo menos quatro pessoas foram presas por envolvimento em tentativa de assalto ao 3º Batalhão de Artilharia Antiaérea, do Exército Brasileiro, em Três Lagoas. O incidente ocorreu na noite de sábado (20), quando um veículo Agrale Marruá foi roubado de dentro do Batalhão e abandonado 50 metros depois. Segundo informações obtidas pelo JPNews, os presos eram militares, que tentavam esconder possíveis danos ao veículo roubado durante o uso em serviço.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Comando Militar do Oeste (CMO) confirmou o crime e informou que um Plano de Defesa foi acionado e as ações da guarnição de serviço fizeram com que o autor tentasse fugir rompendo a cerca do quartel. “Na sequência a viatura foi recuperada, frustrando a tentativa de furto. Um Inquérito Policial Militar será instaurado para apurar a autoria e circunstâncias que envolveram o fato”, consta trecho da nota. A assessoria de imprensa do CMO não confirmou se há militares detidos.
Porém, o caso ganhou repercussão por se tratar de uma área de alta segurança. No momento em que os fatos foram registrados, nenhum soldado do Exército quis falar sobre o ocorrido. A equipe de reportagem obteve, com exclusividade, um áudio que seria supostamente de um militar detido por envolvimento na ação. Durante a conversa, o jovem dá a entender que o crime foi planejado por três soldados recrutas (carreira inicial). Ele conta que os militares estavam de plantão quando bateram a caminhonete, usada para transportar tropas e cargas relacionadas ao serviço militar, e temerosos das consequências planejaram o “falso roubo”. O objetivo, segundo o jovem do áudio, era apagar vestígios do acidente e evitar possíveis punições militares.
Além disso, segundo informações obtidas pelo JPNews, quem retirou a viatura oficial do Batalhão sabia onde estava guardada a chave. Além disso, a pessoa também sabia o posicionamento das câmeras de monitoramento de segurança e teria alterado cada uma delas, para que não fosse possível registrar a ação criminosa. Curiosamente, o suspeito dirigiu a caminhonete até a traseira do Batalhão do Exército e teria derrubado intencionalmente a cerca que dá acesso à Rua Coronel João Gonçalves de Oliveira, no bairro Vila Nova, na tentativa de fuga. Porém, a ação foi frustrada devido à barra de direção atingir a base que segurava o pilar da cerca. Assim, o veículo parou a 50 metros da 3ª Bateria de Artilharia Antiaérea, após subir em uma calçada e colidir com uma caçamba de lixo e uma árvore.