Coletiva de imprensa na DGPC (Delegacia Geral de Polícia Civil) (Foto:Luciano Muta)
A menina de 11 anos que foi espancada e teve o corpo queimado pelo ex-namorado da mãe em Sidrolândia continua internada em estado grave. Mais de 80% do corpo da criança foi queimado e seu braço direito, perna direita e parte dos dedos da mão esquerda foram amputados. A Criança de 3 anos saiu do coma e está se recuperando com a família. Ela ainda está muito assustada. As meninas foram encontradas inconscientes dentro da residência e resgatadas por vizinhos.
Em entrevista coletiva, a delegada responsável pelo caso, Bárbara Fachetti, informou que Lucas Cáceres Kempener, morto em confronto com policiais de Garras (Delegacia de Assaltos a Bancos, Repressão a Roubos e Sequestros) na manhã desta quarta-feira (24), ateou fogo, atirar diretamente nas meninas com a ajuda do álcool. Na verdade, o frasco com o produto foi localizado e apreendido na residência.
No dia do crime, Lucas entrou pela quarta vez na casa das vítimas, por um terreno baldio próximo à residência.
As crianças normalmente ficavam sob os cuidados de uma tia, mas neste dia ela não podia, então as meninas ficavam sozinhas para a mãe trabalhar.
Lucas agrediu brutalmente as crianças que sofreram traumatismo cranioencefálico e chegou a estuprar uma delas. Depois de ‘perder o controle’ da situação, ele ateou fogo diretamente nos corpos das meninas, conforme consta do laudo pericial.
O autor foi considerado perigoso e já havia ameaçado a mãe das meninas e suas amigas. Ele também já havia sido preso em flagrante com arma de fogo.
O pai biológico das meninas mora em outra cidade e está na Capital prestando apoio às filhas e ao ex.
Para a polícia, a mãe das crianças revelou que o relacionamento deles terminou depois que ela encontrou vídeos de pornografia infantil no celular dele. Segundo relatos da mulher e também de testemunhas, Lucas nunca aceitou o fim do relacionamento e fazia constantes ameaças à ex-companheira.
A mulher disse que o ex-companheiro era muito ciumento e controlador. Lucas invadiu suas redes sociais e alterou suas senhas para poder gerenciar seu perfil nas redes sociais, monitorando mensagens privadas e publicações.
Segundo as investigações, o suspeito já havia invadido três vezes a residência das vítimas, porém, sempre direcionou as ameaças ao ex-companheiro. “Ela nos contou que ele a ameaçava constantemente, mas nunca pensou que ele pudesse fazer alguma coisa, muito menos contra as crianças”, conta o delegada.
Segundo relatos, em um dos términos do casal, a mãe das meninas estava tomando tereré com um amigo na frente de casa quando Lucas passou pelo local e jogou o carro contra os dois. Em uma outra ocasião, ela jantava com as amigas, quando ele invadiu a casa e disse que a mataria. “Ele era controlador, doentio e perigoso. Enviava áudios ameaçando a vítima. Ameaçava as amigas dela também”, ressalta a delegada.
Além das intervenções cirúrgicas para tratar as queimaduras, a criança de 3 anos passará por atendimento psiquiátrico e psicológico, visando apoiar sua recuperação integral. A família enfrenta agora o desafio de lidar não apenas com as consequências físicas, mas também com as cicatrizes emocionais deixadas pelo traumático evento.